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PEF 2020 -Semana 15
Semana 15ª: 20-24 de abril de 2020
A todos, PAZ E BEM!
O programa de estudos em franciscanismo, da ESEF, foi enriquecido, na sua 15.ª semana de aulas e em plena III semana da Páscoa, com os professores Víctor Herrero de Miguel e Jaime Rey (ambos irmãos capuchinhos), que expuseram, respetivamente, as disciplinas de «A Poética franciscana» e de «Visão franciscana de Deus e de Jesus Cristo», de forma telemática.
Víctor Herrero discorreu os conteúdos, a partir, sobretudo, do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, ajudando a cada aluno e aluna a ler os textos poéticos franciscanos com uma mente, também ela, poética. Ler Francisco, segundo uma chave simbólica – tal qual simbólica é a sua linguagem, é aprender e ousar a ler as palavras, indo além do que elas mesmas dizem, aparentemente.
Jaime Rey convidou cada um e cada uma a voltar a questionar-se sobre a visão que tem de Deus e a imagem que tem de Cristo. Tendo apresentado a visão franciscana de Deus e de Jesus Cristo, na qual o amor é o fundamento de toda a criação e a humanidade de Jesus Cristo é o ponto de partida de toda e qualquer reflexão sobre Deus – a redenção, a salvação, a Encarnação, a Páscoa (o mistério todo de Jesus Cristo), sublinhou o próprio franciscano quanto a estas questões: Jesus teria encarnado, ainda que o ser humano não tivesse pecado (não se nega o pecado e a história, mas realça-se a absoluta liberdade e o absoluto amor de Deus).
Durante a semana, trabalhámos no sentido de abrir-nos a horizontes mais amplos:
- - que a poesia é necessária para vivermos com realismo, pois a linguagem se baseia na experiencia concreta de nossas vidas. O Sol, as estrelas, a lua, o fogo, o vento, enfim, a Criação – são nossos irmãos, não só por virem da ‘mão’ de Deus, mas porque todos vivemos no mesmo mundo e beneficiamos dos mesmos dons, os quais devemos cuidar, proteger e restituir ao Amor.
- - que Jesus Cristo, nosso Redentor, aprendeu, também, como homem, com aqueles que viveu e, por isso, os seus gestos falam da sua experiencia vital. Acolhendo a mulher que lhe lavou os pés com suas lágrimas e derramou todo o vaso de alabastro a seus pés, reproduziu esse gesto no lava-pés, ensinando que, como Ele, Mestre, aprendeu e se fez discípulo servindo, assim todos nós devemos fazê-lo. Esta mesma experiencia a aprofundámos, através da contemplação dos pormenores do painel de MarkoRupnik, da capela Redentoris Mater, no Vaticano.
Possam ser fecundas estas disciplinas na nossa vida. E possamos ser verdadeiramente franciscanos, como se disse algures, nestas aulas: o estudo franciscano é aquele que nós levamos para a nossa vida, a partir do contacto com Deus, na oração, e com Ele nos irmãos, na relação.
Que as aulas, mesmo por videoconferência, sejam frutíferas, produzam em cada um e em cada uma o desejo profundo de conhecer a Deus, a nossa Ordem e movimento franciscanos, e que o possamos ir atualizando, no (C)caminho.
Sérgio Pinheiro, OFM
Província dos Santos Mártires de Marrocos – Portugal
25 de abril de 2020